A Jornada do Herói. Rodrigo Salazar Stavale Parkour Generations Brasil 7 de dezembro de 2018 Como uma lesão pode nos fazer repensar sobre o
Somos contra competição no Parkour?
Este é um tema que veio a tona nos últimos tempos com a FIG (Federação Internacional de Ginástica) incorporando o Parkour como modalidade esportiva / competitiva e almejando um dia se tornar um esporte olímpico.
Aquela ideia de que parkour é uma modalidade não competitiva aos poucos foi perdendo força, talvez pelo fato de muitos nem refletirem o porquê dessa questão. Se você quiser um “spoiler” e saber a resposta que norteia este texto, te adiantamos ela: A resposta é não! Porém, antes de chegar a qualquer definição, te propomos a ler na integra o texto e entender como chegamos a esta conclusão.
Em tempos de Copa do Mundo de Futebol, realmente é de se admirar como um esporte consegue arrebanhar milhões de pessoas no mundo todo e até decretar feriado nacional em alguns países em dias de jogos de sua seleção. Não seria incrível se o parkour um dia não chegasse a patamares similares? Quanto de investimento em produtos, locais de treino, eventos, oportunidades e demais benefícios ganharíamos com isso?! Não podemos esquecer-nos de Arthur Zanetti, que foi o primeiro latino-americano a conquistar uma inédita medalha de ouro olímpico! É um feito incrível que realmente inspira a muitas pessoas.
Com tantos exemplos que temos sobre os benefícios que a competição proporciona, de fato é considerável escutar com atenção a proposta da FIG de tornar o parkour uma prática competitiva. Mas, se tivermos acesso às informações além do que a paixão nos mostra, tentando ao máximo obter a isenção de interesses pessoais; podemos ver o outro lado da competição.
Para as organizações que realizam as modalidades competitivas, antes de serem movidas pela paixão, elas são movidas principalmente pelo retorno financeiro. Se pegarmos a FIFA como exemplo, a mesma está em uma disputa com o COI (Comitê Olímpico Internacional) com relação ao Futebol de Campo e o Futsal (antigo Futebol de Salão). A FIFA quer e tem todos os pré-requisitos necessários para incluir o Futsal como modalidade olímpica, porém o COI só vai acatar se a FIFA acabar com a regra do Futebol Olímpico ser praticado por jogadores de até 23 anos de idade. Porém, a FIFA por sua vez não deseja isso para não ter uma segunda copa do mundo sendo realizada pelo COI, que seria o detentor dos lucros.
Mas a busca por lucro pelas organizações iria interferir nos praticantes em si? Pegando o exemplo do Tae Kwon Do, que é ainda considerada uma tradicional arte marcial sul-coreana, hoje em dia perdeu muito dos seus valores mediante a demanda do esporte olímpico que visa apenas conseguir acertar locais específicos do adversário para ganhar mais pontos e vencer a competição.
Apesar de muitas modalidades não terem sido desvirtuadas pelas competições, o mesmo não podemos falar dos competidores. Para a maioria dos competidores profissionais, a única coisa que importa é vencer! “Mas porque eu não devo pensar nisso, já que como profissional recebo muito dinheiro para isso?!” Esta é a frase que muitos deles falariam. Mas para cada super astro esportivo, existem mais de 1.000 que ganham pouco mais que um salário mínimo por mês e em sua maioria o pagamento está atrasado. Então é fato que a competição no parkour não é garantia de estabilidade financeira.
Outro exemplo dos problemas de estabilidade financeira acontece também para medalhistas olímpicos, vide o exemplo do próprio Arthur Zanetti que ameaçou defender outro país pela ausência de incentivo financeiro. A mudança de defesa de país é possível pelas regras da própria FIG.
Além da instabilidade financeira, da possível mudança de nacionalidade para continuar vencendo, a competição também acontece entre pessoas de uma mesma equipe. Não são poucos os relatos de atletas em diversas modalidades que não se suportavam, mas para vencer, eles aceitam estar na mesma equipe.... não necessariamente tendo que “passar a bola” um para o outro; pelo contrário! “Se o passar a bola para ele vai lhe dar a glória, eu prefiro segurar ela e tentar que a glória seja minha, ou até mesmo a derrota!”
Relações interpessoais são realmente complexas e nem sempre temos um convívio saudável com todo mundo, mas a busca pela vitória a qualquer custo pode chegar ao jogo sujo (ausência de fair play). Sejam através de simulações de faltas, mentiras e o uso de substâncias ilícitas (doping).
Bem, se não tenho restrições quanto aos recursos financeiros, se sempre busco me dar bem com todos e busco o fair play, o que tem de errado em competir no parkour?
O parkour é pautado por diversos valores e um dos seus principais pilares é o “Ser e Durar”! Este valor remete ao delicado equilíbrio entre a expressão corporal que a pratica nos exige com o cuidado que temos que ter com nossa principal ferramenta que é o nosso próprio corpo. Se pegarmos a expectativa de duração de atuação dos competidores, a expectativa deles é de se aposentarem com 30 anos! As manobras exigidas pelas competições ultrapassam os limites do corpo que após esta idade, eles são incapazes de manter o mesmo nível. Mas não seria somente por isso, as dores no corpo que muitos deles carregam pelo resto da vida não tem nada de glamoroso e por isso não é tão divulgado como o sucesso de ser vencedor. Para quem organiza o evento, quanto mais “Show”, melhor! De pouco se importa a integridade do competidor durante ou depois do evento. Mas para a origem do parkour, o SER não pode sobrepor ao DURAR. Se alguma competição um dia conseguir manter o equilíbrio entre eles, não tem o porquê sermos contra.
Somos contra a competição? Preferimos responder que somos a favor do Ser e Durar!
¿Estamos contra competición en Parkour?
Este es un tema que salió a la luz en los últimos tiempos con la FIG (Federación Internacional de Gimnasia) incorporando el Parkour como modalidad deportiva / competitiva y anhelando un día convertirse en un deporte olímpico.
Aquella idea de que parkour es una modalidad no competitiva poco a poco fue perdiendo fuerza, tal vez por el hecho de muchos ni reflejan el por qué de esa cuestión. Si quieres un "spoiler" y saber la respuesta que orienta este texto, te adelantamos: ¡La respuesta es no! Sin embargo, antes de llegar a cualquier definición, te proponemos leer en la integridad del texto y entender cómo llegamos a esta conclusión.
En tiempos de Copa del Mundo de Fútbol, realmente es de admirar cómo un deporte consigue arrebatar millones de personas en todo el mundo e incluso decretar feriado nacional en algunos países en días de juegos de su selección. ¿No sería increíble si el parkour un día no llegara a niveles similares? ¿Cuánto de inversión en productos, lugares de entrenamiento, eventos, oportunidades y demás beneficios ganaríamos con eso? ¡No podemos olvidarnos de Arthur Zanetti, que fue el primer latinoamericano en conquistar una inédita medalla de oro olímpico! Es un hecho increíble que realmente inspira a muchas personas.
Con tantos ejemplos que tenemos sobre los beneficios que la competencia proporciona, de hecho es considerable escuchar con atención la propuesta de la FIG de hacer del parkour una práctica competitiva. Pero si tenemos acceso a las informaciones más allá de lo que la pasión nos muestra, intentando al máximo obtener la exención de intereses personales; podemos ver el otro lado de la competición.
Para las organizaciones que realizan las modalidades competitivas, antes de ser movidas por la pasión, ellas se mueven principalmente por el retorno financiero. Si tomamos a la FIFA como ejemplo, la misma está en una disputa con el COI (Comité Olímpico Internacional) con respecto al Fútbol de Campo y el Futsal (antiguo Fútbol Sala). La FIFA quiere y tiene todos los requisitos previos necesarios para incluir el Fútbol sala como modalidad olímpica, pero el COI sólo va a acatar si la FIFA termina con la regla del Fútbol Olímpico ser practicado por jugadores de hasta 23 años de edad. Sin embargo, la FIFA a su vez no desea eso para no tener una segunda copa del mundo siendo realizada por el COI, que sería el tenedor de los beneficios.
Pero la búsqueda por lucro por las organizaciones interferir en los practicantes en sí? Al tomar el ejemplo del Tae Kwon Do, que es todavía considerado un tradicional arte marcial surcoreano, hoy en día ha perdido mucho de sus valores mediante la demanda del deporte olímpico que busca apenas conseguir acertar locales específicos del adversario para ganar más puntos y vencer a la competencia.
A pesar de que muchas modalidades no han sido desvirtuadas por las competiciones, lo mismo no podemos hablar de los competidores. Para la mayoría de los competidores profesionales, lo único que importa es vencer! "Pero ¿por qué no debo pensar en eso, ya que como profesional recibo mucho dinero para eso ?!" Esta es la frase que muchos de ellos hablar. Pero para cada super estrella deportiva, hay más de 1.000 que ganan poco más que un salario mínimo al mes y en su mayoría el pago está atrasado. Entonces es cierto que la competición en el parkour no es garantía de estabilidad financiera.
Otro ejemplo de los problemas de estabilidad financiera ocurre también para medallistas olímpicos, véase el ejemplo del propio Arthur Zanetti que amenazó con defender a otro país por la ausencia de incentivo financiero. El cambio de defensa de país es posible por las reglas de la propia FIG.
Además de la inestabilidad financiera, del posible cambio de nacionalidad para seguir ganando, la competición también ocurre entre personas de un mismo equipo. No son pocos los relatos de atletas en diversas modalidades que no se apoyaban, pero para vencer, ellos aceptan estar en el mismo equipo .... no necesariamente ellos teniendo que "pasar la pelota" el uno al otro; ¡por lo contrario! "Si tengo que pasar la pelota para él y le dará la gloria, yo prefiero sostener la pelota e intentar que la gloria sea mía, o incluso la derrota!"
Las relaciones interpersonales son realmente complejas y no siempre tenemos una convivencia saludable con todo el mundo, pero la búsqueda por la victoria a cualquier costo puede llegar al juego sucio (ausencia de fair play). Sean a través de simulaciones de infracciones, mentiras y el uso de sustancias ilícitas (doping).
Bueno, si no tengo restricciones en cuanto a los recursos financieros, si siempre busco darme bien con todos y busco el juego limpio, ¿qué está mal en competir en el parkour?
El parkour es pautado por diversos valores y uno de sus principales pilares es el "Ser y Durar". Este valor remite al delicado equilibrio entre la expresión corporal que la practica nos exige con el cuidado que tenemos que tener con nuestra principal herramienta que es nuestro propio cuerpo. Si tomamos la expectativa de duración de actuación de los competidores, la expectativa de ellos es de jubilarse con 30 años! Las maniobras exigidas por las competiciones sobrepasan los límites del cuerpo que después de esta edad, no son capaces de mantener el mismo nivel. Pero no sería sólo por eso, los dolores en el cuerpo que muchos de ellos cargan por el resto de la vida no tienen nada de glamoroso y por eso no es tan divulgado como el éxito de ser vencedor. Para quien organiza el evento, cuanto más "Show", mejor! De poco se importa la integridad del competidor durante o después del evento. Pero para el origen del parkour, el SER no puede sobreponer al DURAR. Si alguna competición un día logra mantener el equilibrio entre ellos, no tiene por qué ser contra.
¿Estamos contra la competición? ¡Preferimos responder que estamos a favor del Ser y Durar!
Are we against competition in Parkour?
This is an issue that came up on the latest times with FIG (Fédération Internationale de Gimnastique) bringing Parkour as a sport/competitive modality and hoping for it to become an olimpic sport one day.
The idea that parkour is a non-competitive modality gradually weakened, maybe because many people do not even think about the reason for this. If you want a "spoiler" and know the answer that guides this text, we advance it: The answer is no! However, before jumping to any conclusion, we propose you to read the text in its fullness and understand how we came up to this conclusion.
In World Cup times, it really is amazing how a sport manages to garner millions of people around the world and even enact a national holiday in some countries on game days of their team. Wouldn’t it be amazing if parkour one day reach similar levels? How much investment in products, training venues, events, opportunities and other benefits would we gain from it?! We can’t forget Arthur Zanetti, who was the first Latin American to win an unprecedented Olympic gold medal! It's an incredible feat that really inspired a lot of people.
With so many examples we have about the benefits that competition provides, in fact it is advisable to listen carefully to FIG's proposal to make parkour a competitive practice. But if we have access to information, beyond what passion shows us, trying to get the most out of personal interests; we can see the other side of the competition.
For the organizations that perform the competitive modalities, before being moved by the passion, they are moved mainly by the financial return. If we take FIFA as an example, they´re in a dispute with the IOC (International Olympic Committee) regarding Field Soccer and Futsal. FIFA wants and has all the necessary prerequisites to include Futsal as an Olympic modality, but IOC will only comply if FIFA get away with the rule of Olympic Football being practiced only by players up to 23 years old. However, FIFA does not want this because they don’t want to have a second world cup being held by the IOC, who would be the holder of the profits.
But would the pursuit of profit by organizations interfere with the practitioners themselves? Taking as example Tae Kwon Do, which is still considered a traditional South Korean martial art, today it has lost much of its values due to the demand of the Olympic sport, that only aims to hit specific places of the opponent’s body to gain more points and to win the competition.
Although many modalities have not been distorted by the competitions, we can’t say the same about the competitors. For most professional competitors, the only thing that matters is winning! "But why shouldn’t I think about it, since as a professional I get a lot of money for it ?!" This is the question that many of them would do. But for every sports superstar, there are more than 1,000 who earn little more than a minimum wage per month and for the most part of them the payment is really late. So it's a fact that competition in parkour is no guarantee of financial stability.
Another example of the financial stability problems also happens to Olympic medalists, see the aforementioned Arthur Zanetti himself who threatened to defend another country for lack of financial incentive. The change of country defense is possible by the rules of the FIG itself.
Besides the financial instability, the possible change of nationality to continue winning, the competition also happens between people of the same team. There are lots of reports about athletes in various modalities that couldn’t stand each other, but to win, they accept being on the same team… not necessarily having to "pass the ball" to each other; on the contrary! "If passing the ball to him will give him the glory, I'd rather hold on to it and try to have the glory be mine, or even the defeat!"
Interpersonal relationships are really complex and we don’t always have a healthy relationship with everyone, but the pursuit of victory at any cost can lead to foul play (lack of fair play). Be it through fault simulations, lies and the use of illicit substances (doping).
Well, if I do not have restrictions on financial resources, if I always try to get along with everyone and look for fair play, what's wrong with competing in parkour?
Parkour is based on several values and one of its main pillars is "To be and to last"! This value refers to the delicate balance between the corporal expression that practices demands us with the care we have to have with our main tool that is our own body. If we take the expectation of duration of performance of the competitors, their expectation is to retire at 30 years! The maneuvers required by the competitions exceed the limits of the body that after this age, they are unable to maintain the same level as before. But it’s not only because of this, the body aches that many of them carry for the rest of their lives is nothing glamorous and so it’s not as publicized as the success of being a winner. For those who organize the event, the more "show" the better! The integrity of the competitor during or after the event matters little. But for the origin of parkour, TO BE can not overlap with TO LAST. If some competition one day could keep the balance between them, there is no reason why we should be against it.
Are we against competition? We prefer to answer that we are in favor of “To Be and To Last”!
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